Idealização da figura feminina na
literatura trovadoresca
A literatura trovadoresca teve em
sua essência a exaltação ao ser feminino, evocando a mulher como um ser a ser
conquistado e cortejado, contrariando o que ocorrera anteriormente, quando a
mulher era considerada ser inferior e deveria ser dominada pelo homem.
- Essa Idade Média é resolutamente
masculina. Pois todos os relatos que chegam até mim e me informam vêm dos
homens, convencidos da superioridade do seu sexo (DUBY,
1989, p.10.). - O aparecimento dessa
modalidade literária é explicado por Massaud Moises, em quatro teses: tese
arábica, a tese popular ou folclórica, a
tese médio-latinista, a tese litúrgica,
e a poesia trovadoresca.
No trovadorismo, a mulher passou a
ser destaque nas cantigas surgidas em Portugal, como cantigas de amor, cantigas de amigo,
cantigas de escárnio e de maldizer; tendo como ícones Paio Soares de Taveirós – trovador de origem
galega (séc. XII) e D. Dinis – o chamado “Rei-Trovador”.
A mulher, na segunda parte do século
XII era descrita como ser perigoso e sedutor, representante demoníaco, capaz de
envolver o homem e levá-lo ao pecado; tese esta difundida pelo cristianismo
daquele momento. O historiador George
Duby refere-se a Idade dos Homens este
momento em sua bibliografia; a partir disto o poeta trovadoresco dedicara seus
versos à mulher amada como forma de lamentos de dor.
Este verdadeiro culto à mulher
amada, expresso na poesia trovadoresca, vinha a reverenciar aquele ser que
passava a ser uma espécie de premiação ao poeta trovador, ao contrário das
expressões literárias medievais e a própria sociedade que tinha uma visão
extremamente machista em relação ao ser feminino.
A mulher, que até então era subjugada ao
homem, passaria a ser parte de versos dos poetas trovadorescos transforma em
dama e com encantos dedicados através desta manifestação literária.
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