Impressões sobre a função social da escola

Uma escola tem sua função social a partir do momento que insere as pessoas em seu meio, ultrapassando os limites do ensino somente em suas salas de aula e agregando a si novas tarefas que conjuguem a participação de toda a família, de seus docentes e discentes.
Existem várias formas de destacar e expandir as funções sociais da escola, como quando os alunos realizam um passeio nas proximidades da escola para observar onde e como pode ser melhorada a participação dos alunos no embelezamento o ambiente que circunda a escola, tornando-os cidadãos conscientes de que se deve colaborar com a limpeza, com a arborização, com o trânsito e, principalmente, com a educação para com os demais.
Além disso, pelo fato de alfabetizar e tornar cultas as pessoas, já é uma grande função social, pois estes cidadãos poderão ser reconhecidos como alfabetizados, como conhecedores da língua culta, das operações matemáticas, dos primeiros conhecimentos científicos, tornando-os cidadãos capazes de tornar uma sociedade melhor e mais desenvolvida no âmbito cultural e intelecto, com maiores possibilidades de crescimento individual e coletivo, sendo esta a principal função social da escola.
Relacionando esta explanação inicial com o documentário “O menino da internet - A história de Aaron Swartz”, ( https://www.youtube.com/watch?v=2uj1EeiuK5U ) percebe-se que a escola não é preparada para pessoas com alto grau de inteligência, como ocorreu com o menino, pois ele mencionou no documentário que estava decepcionado com a escola, ele não gostava os professores, achava ele dominadores e controladores, a iaô de casa era uma espécie de farsa, eles forçavam a fazer muito trabalho, sendo que Aaron mesmo começou a ler história da educação e como o sistema educacional foi desenvolvido, sabendo assim formas alternativas onde as pessoas pudessem realmente aprender as coisas ao invés de ficarem regurgitando fatos que os professores lhes diziam e este tipo de caminho o levou a questionar as coisas.
Aaron questionou a escola em que estava, questionou a sociedade que construiu a escola, questionou as empresas para quais as escolas estavam trei
nando as pessoas e questionou o governo, que configurou toda esta estrutura.
O que deve ser função social da escola pode ser equivalente ao que foi o legado de Aaron Swartz na tentativa de democratizar o acesso à informação, algo que realizou em sua função de hacker, porém por tentar abrir informações preciosas ao coletivo e bloqueadas no sistema de uma empresa, ele foi penalizado. A função social da escola é abrir os conhecimentos ao coletivo, interagir com os alunos e a comunidade, fazendo com que os conhecimentos não fiquem apenas nas bibliotecas e nos bancos das salas de aula, que estejam disponíveis a todos a qualquer momento.
Bertold Brecht, em seu poema “A Indiferença”, retrata o que pode ser relacionado com a função social do individuo perante os outros, pois esta indiferença de quem não se importa com ninguém acaba com ninguém se importando com este alguém, se o conhecimento é recluso ao nosso interior e não compartilhado para o bem dos demais, estes não terão o conhecimento necessário para te ajudar em atos futuros, ou seja, como escreveu Cora Coralina – “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina”. A função social de compartilhar seus conhecimentos é determinante para que você também adquira com esta vivência maior experiência cultural transformando isto em um intercâmbio de informações. “A Indiferença” escrita por Bertold Brecht retrata a pessoa ou instituição que não realiza nenhum tipo de comunhão de saber, não socializa e não compartilha compaixão e a recíproca fatalmente é a mesma, pois não há com quem contar em seu momento de aprisionamento. Não deixemos que a indiferença tome conta de nossos corações, compartilhemos toda e qualquer informação, mantenhamos o espírito semelhante ao de Aaron Swartz auxiliando a escola neste papel de cumprir sua função social.
Em nossas cidades próximas à Sarandi, e aqui mesmo, temos um exemplo prático desta função social quando o Programa União Faz a Vida é posto em prática, impulsionados pela cooperativa de crédito Sicredi as comunidades escolares realizam várias atividades de cooperação na educação elevando a níveis práticos as ações desempenhadas em seminários e trabalhos de interação entre as entidades educacionais e seus alunos e professores. Trabalhos que fazem com que os alunos sintam-se inseridos no bairro e na cidade, levar pais, conhecidos e familiares para dar seus depoimentos valorizando as pessoas da comunidade levando-as para um diálogo com os alunos.[1]



[1]  Disponível em : http://www.auniaofazavida.com.br/projetos_vejaosprojetos/?start=40 acesso em 29.10.14 às 21h26min.

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