O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA A FALANTES NATIVOS
Conclusões da disciplina de Introdução aos Estudos Linguísticos

1-      Possenti, à página 18, apresenta duas teses que abordam o ensino, ou não, de uma variedade linguística padrão pela escola, relacione-as, considerando que a escola tem como função ‘fazer do aluno um poliglota na própria língua’.

- O papel da escola é ensinar uma língua padrão, ou criar condições para que ela seja aprendida. Na tese de natureza político-cultural a língua padrão é dialeto de grupos sociais mais favorecidos. Tornar seu uso em grupos sociais menos favorecidos como se fosse o único dialeto válido, seria uma violência cultural.

2-      De acordo com o texto, explique o que é considerado como ‘português padrão’.

- O português padrão seria o domínio da gramática normativa na produção textual, do ponto de vista da escola seria a aquisição de determinado domínio da escrita e da leitura.

3-      O que é sugerido, pelo autor, como atividade para que os alunos venham a conseguir ler e escrever adequadamente?

- O autor propõe a realização de coisas óbvias, segundo ele, escrever e ler constantemente, inclusive nas próprias aulas de português. Possenti defende que ler e escrever são atitudes essenciais no ensino da língua e devem ser exercidas na sala de aula.


4-      Para Possenti, por que motivo a escola fracassa, em relação ao ensino de leitura e escrita em sala de aula?

- O fracasso da escola, de acordo com Possenti, pode ser de ordem metodológica (pedagógica) ou decorrentes de valores sociais complexos.

5-      Na página 22, o autor apresenta um processo gramatical produtivo. Comente o exemplo dado e qual a importância de Possenti chamá-lo desta forma.

- O exemplo do autor refere-se à expressão ‘imexível’ feita pelo ex-ministro Magri, que usou de uma palavra que não está no dicionário, porém ‘imexível’ deriva de mexer, como intocável deriva de tocar, ou seja, ele seguiu as regras, pois usou uma derivação de um radical ou núcleo existente na gramática. A nossa desconfiança sobre uma palavra existir ou não no dicionário ou gramática denota de nosso conhecimento das regras gramaticais e se há a possibilidade de criar novos termos, elas nos dão uma visão problemática do que seja realmente uma língua.

6-      Qual o argumento do texto para afirmar que ‘não há línguas fáceis ou difíceis’?

- Hoje, sabemos que todas as línguas são estruturas de igual complexidade, isto é, não há línguas simples e línguas complexas, o que há são línguas diferentes. ‘Nenhuma tem um mínimo de regras substancialmente diversas de outras’. ‘Não há dialetos mais simples do que outros’ - POSSENTI, Sírio. 2006


7-      As páginas 31 e 32, o autor afirma que A escola recebe alunos que já falam’, por que, então, ensinamos Língua Portuguesa para quem é falante nativo de Língua Portuguesa?
- Porque a função da escola é ensinar o padrão, em especial o escrito, pois o grande problema dos alunos está no domínio do texto não do da gramática. O que a escola ensina aos nativos, é a modalidade escrita desta língua, mas não propriamente a língua.

8-      Explique a afirmativa do autor de que ‘Falamos mais corretamente do que pensamos’, a página 41.

- Temos o costume de taxar as formas de falar que não sejam do português culto como sendo uma forma ‘errada’ de falar, porém não se trata de forma ‘errada’ mas sim, de dialetos diferentes e, assim, ‘falamos mais corretamente do que pensamos’, pois há erros que chocam e há erros que não chocam mais, então, damos conta de que aqueles que erram não erram tudo.

9-      Na página 49, Possenti afirma que Ler e escrever são trabalhos essenciais no processo de aprendizagem. Mas, não são exercícios. Explique como devemos compreender as noções de ‘trabalho’ e de ‘exercício’, neste caso, e como elas se contrapõem.
- Ler e escrever são trabalhos essenciais na escola, pois se deve tomar como exemplo quem escreve por ofício, como escritores e jornalistas, pois eles leem e releem mostram a colegas e chefes e, somente em seguida é que finalizam sua escrita. Algo assim está sendo feito em nossa disciplina de Introdução aos Estudos Linguísticos, na qual lemos, relemos, enviamos aos tutores, estes nos fazem apontamentos e, somente depois é que finalizamos nossa escrita.

10-  Qual a diferença entre ‘ensinar língua’ e ‘ensinar gramática’?
- ‘o que já é sabido, não precisa ser ensinado’(p. 50) – Afirma Sírio Possenti, ou seja, para falantes nativos do português não há a necessidade de ensinar coisas muito básicas, pois elas já vêm no léxico do aluno pela convivência desde o nascimento. Ensinar desde a nomenclatura dos objetos do cotidiano é ensinar língua a estrangeiros, ensinar a gramática e a boa construção de textos são práticas de ensino a nativos da língua.

11-  De acordo com o texto da página 73 à página 95, relacione e explique as noções de ‘regras’ e de ‘erro’.

- Regra é obrigação, algo que se obedece, regras expressam na gramática normativa uma expressão do certo e errado e os falantes que as transgridam são considerados ignorantes e não dignos de passar de ano na escola. Na gramática normativa, os erros são os fatos que divergem da variante padrão, sendo os vícios de linguagem e vulgarismos.




12    -De acordo com todas as questões consideradas até este ponto, posicione-se em relação a:
o    Por que ensinamos língua materna na escola?
o    Qual o melhor caminho para o ensino de língua materna na escola?

A língua materna é ensinada na escola para que os alunos tenham o conhecimento e domínio do português padrão, proporcionando ao aluno o grande domínio da escrita e da leitura. A função da escola é o de ensinar este padrão, em especial o escrito, pois o grande problema dos alunos está no domínio do texto e não da gramática, segundo Possenti.
A escola, assim, ensina a modalidade escrita da língua, pois de acordo com o autor, ‘o que já é sabido não precisa ser ensinado’ (p. 50). Aprendendo as regras da gramática normativa e das demais na escola, o falante da língua materna que estuda o português, saberá como escrever na norma culta da língua, da forma entendida como correta melhorando também a sua fala, sendo correto não forçar a mudança de dialeto ao aluno, porém quando da escrita, sempre prevalecerá a forma culta da língua.
Partindo do pressuposto citado por Possenti, o qual ‘o que já é sabido não precisa ser ensinado’, ou seja, para falantes de português ao ensinar em sala de aula a forma culta de sua língua, não é necessário voltar ao básico, pois já há um léxico mental adquirido em família e na escola e comunidade com os passar dos anos.
A melhor forma de ensinar a língua materna na escola, de acordo com Possenti, é por intermédio da leitura e da escrita, tomados como trabalho em sala de aula tomando, por exemplo, que faz da escrita e leitura um ofício de trabalho como os escritores e jornalistas, pois eles leem, releem, pesquisam, trocam informações com colegas e chefes e, somente depois escrevem em definitivo. Este exemplo citado por Possenti é muito bem executado pela disciplina de Linguística da UAB – FURG, pois os alunos leem, pesquisam, escrevem são submetidos a avaliação dos tutores que lhes reencaminham para que façam os trabalhos finais da disciplina somando os apontamentos dos tutores, sendo esta uma excelente forma de estudos.
Concluindo, no que se trata de ensinar a língua materna aos falantes, parte-se do pressuposto de Possenti de ‘quem diz e entende frases, faz isto porque tem um domínio da estrutura da língua’(p. 31), e ler e escrever são atributos essenciais no ensino da língua e devem ser praticados na sala de aula, deve ser ensinado o que o aluno não conhece da língua, para que o estudo seja mais proveitoso e avançado.



Foto: EMEFMFA - Sarandi

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