O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR E A MISSÃO DOS PAIS EM DAR AFETO E TEREM AUTORIDADE


O PAPEL DO PROFESSOR MEDIADOR E A MISSÃO DOS PAIS EM DAR AFETO E TEREM AUTORIDADE

Por Gilberto Machado

 

            Os professores das cidades de Sarandi e Três Palmeiras tiveram a oportunidade de assistir na noite de 12 de julho no CTG Porteira da Querência em Sarandi, uma importante palestra de Marcos Meier em evento promovido através do programa União Faz a Vida, desenvolvido pelo Sicredi.

            Marcos Meier é Professor de matemática, psicólogo, mestre em educação, escritor e palestrante. Um dos maiores especialistas brasileiros na teoria da Modificabilidade Estrutural Cognitiva, a famosa teoria da mediação de Reuven Feuerstein. O tema abordado – “ Como desenvolver a inteligência de seu aluno – Os fatores do desenvolvimento emocional e cognitivo” – foi o norte para que Meier discorresse sobre o desenvolvimento do aluno em suas fases de aprendizado nas diversas situações, sempre embasado na teoria do “Professor Mediador” de  Reuven Feuerstein, o qual nosso palestrante teve a satisfação de conhecer pessoalmente quando representou  o Brasil em evento na Europa.

            De acordo com Meier, a Neurologia diz que novas conexões cerebrais irão acontecer até o fim de nossa vida e o comportamento do mundo externo contribui muito para isso, ilustrando exemplos negativos que irão afetar o desenvolvimento do indivíduo através de atitudes tomadas por pais ou professores, expondo como exemplo a imagem de uma professora oriental erguendo seu aluno do chão pelas orelhas, o que lhe causará grandes repercussões futuras, principalmente no sentido de ser violento pra obter o que desejar e também ser repulsivo ao que a escola lhe ensina.

            Após o holocausto nazista por volta de 1947, as crianças voltavam às escolas sob o impacto sofrido com a perda de entes queridos de maneiras cruéis e não tinham condições de absorver conteúdo do currículo escolar com este trauma, sendo aí que Reuven Feuerstein, psicólogo, entrava em cena, chamado pelos líderes judaicos para auxiliar essas crianças, verificando que algumas crianças estavam se dando bem nas aulas e pesquisando descobriu que elas recebiam interação em casa e assim descobriu que a interação desenvolve a inteligência. E esta interação precisa ser especial e é o que ele chama de mediação.

            Meier chama a atenção para a posição passivo-aceitante da geração atual, a geração que recebe tudo pronto, onde não há interação, exemplificando o caso da televisão e dos jogos eletrônicos e internet. Além da posição de passivo-aceitante Meier critica a posição do cidadão brasileiro que, segundo ele, tem a chamada síndrome da mediocridade, onde todos os resultados podem ser medianos, a nota para a média, as soluções são o mínimo suficientes, não se busca o máximo, a excelência. Ainda de acordo com o professor a percepção faz a aprendizagem, a percepção viso motora é muito importante para o desenvolvimento da criança e isto é anulado com a permanência excessiva em frente a tela do computador, citando alerta feito pela televisão francesa de que a criança menor de três anos que ver muita televisão não desenvolve a sua ação psicomotora.

            De acordo com Meier as atividades de interação que devem ser feitas em sala de aula é que desenvolverão o cérebro do sujeito, este desenvolvimento vai além da aprendizagem, há a percepção a sensação e a soma de experiências juntamente com a coordenação viso-motora, pois nascemos com 100 bi de neurônios e vamos perdendo-os no decorrer da vida se não houver o desenvolvimento com muita interação. As conexões que o indivíduo faz irão definir o seu grau de desenvolvimento, ou seja, a sua inteligência. Meier questiona os professores presentes – “O que você faz em sala de aula que cria novas conexões? E cita que a maior dificuldade em sala de aula é o desenvolvimento do relacionamento e a aplicação de fatores responsáveis pelo desenvolvimento cognitivo. O aluno deve ser instigado a perseguir, a procurar, a desenvolver o cérebro e o papel do professor é ser o mediador do conhecimento.

            Concluindo, podemos destacar mais palavras de Marcos Meier aos educadores e também aos pais quando fala da motivação para o professor ser o professor mediador e os pais terem esta participação ativa pois, de acordo com Meier em decorrência da grande ação dos meios eletrônicos no mundo infantil a tarefa da escola se torna maior e a escola deve se atualizar e investir na formação de seus professores, para que eles não fiquem cada vez mais defasados e a forma de interação com os alunos vai ficando deficitária e hoje o objetivo da escola deve ser se fazer que o aluno seja autodidata com mais gosto para o estudo e se torne mais autônomo.

            O recado de Meier para os pais é bem claro, se queres que seu filho tenha sucesso na vida, sendo uma boa pessoa, com um bom trabalho, sendo um bom profissional, enfim que seja feliz, precisa ser educado com duas coisas; primeiro aspecto é o  afeto, tem de ter carinho, abraços, beijos, tem de se gastar tempo com o filho e o segundo aspecto é a autoridade, seu filho não pode lhe desobedecer, não pode lhe desrespeitar, citando que há legislação que manda com que o filho seja obediente aos pais e que colabore com as tarefas de casa aí ele terá sucesso na escola e posteriormente no decorrer da vida.

 

 

(Gilberto Machado é acadêmico do 6º semestre do Curso de Letras/Espanhol da FURG – UAB – Polo Sarandi)

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