Policarpo Quaresma, um nacionalista

Policarpo Quaresma, um nacionalista


Em Triste Fim de Policarpo Quaresma, o autor Lima Barreto ao longo da história exalta a paixão do protagonista da obra para com a Pátria Brasileira. Um nacionalista nato, uma pessoa que buscava de todas as formas defender seu país e, incondicionalmente defendia suas riquezas e a bonança de suas terras. Na concepção do Major Quaresma, como era conhecido Policarpo, a cultura brasileira através das modinhas, as suas terras fecundas, onde de acordo com ele em outras palavras afirmava que aqui se plantando tudo dá, a credibilidade com que tratava o comandante do país através de seu presidente Floriano Peixoto, ao qual ofereceu seus serviços em prol da Pátria frente as ameaças revolucionárias dos marinheiros, realmente um nacionalista patriota.
O livro de Lima Barreto é tomado de verossimilhança dotado de detalhes que o tornam verdadeiro para o leitor, o bairro onde Policarpo morava, dando a feição de local cercado de militares ou pessoas envolvidas com as forças armadas, a sua nova morada em vila do Sossego, onde a sua gana por ver o fruto brotar da terra brasileira que tanto ama e é um grande propagador de suas riquezas, Policarpo envolve o leitor com seu nacionalismo quase cego e que aos poucos vai o elucidando com as desilusões adquiridas através do preconceito em se tornar amigo de Ricardo Coração dos Outros e buscar o aprendizado de modinhas ao violão, fato que é criticado em sua própria casa pela irmã Adelaide, com quem morava, pois ambos eram solteirões – “- Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede”(p. 2).
 Todas as ações de Policarpo Quaresma tem uma causa, o seu amor à pátria e, desencadeiam em conseqüências, como ser ridicularizado ao enviar carta ao congresso solicitando a implantação do Tupy Guarany  como a língua oficial brasileira, fato que lhe resultou em uma internação no hospício, o preconceito aos seu requerimento e às modinhas são percebidos em diálogo entre os oficiais  e vizinhos Genelício e Albernaz: –“ Mas você está muito enganada, mana. É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína expressão da poesia nacional e o violão é o instrumento que ela pede”(p. 21).
 Partindo ao interior do Brasil ele percebe o descaso para com o agricultor do local, o desleixo dos administradores da pequena cidade e do próprio Governo Federal para com a agricultura. Quaresma, já percebendo os erros da política nacional que obstruem o progresso do país, ao se apresentar ao presidente Floriano o entrega um documento e o explana com muita esperança de que o mandatário irá fazer acontecer suas reivindicações em prol da agricultura – “- Vê Vossa Excelência como é fácil erguer este país. Desde que se cortem todos aqueles empecilhos que eu apontei, no memorial que Vossa Excelência teve a bondade de ler; desde que se corrijam os erros de uma legislação defeituosa e inadaptável às condições do país, Vossa Excelência verá que tudo isto muda, que, em vez de tributários, ficaremos com a nossa independência feita...”(p. 83).
O nacionalismo de Policarpo o vincula ao território brasileiro de diversas formas, ele possui uma biblioteca em casa somente com obras nacionais; busca o aprendizado e o conhecimento das modinhas da época; aprende o Tupy Guarani e o pleiteia como língua oficial; parte para o interior, acreditando piamente em sua fecundidade espontânea, adquirindo um sítio abandonado em Curuzu; ao saber da possibilidade da guerra e de que o exército precisaria angariar soldados ele se apresenta para servir a sua nação, inclusive pagando para ser o então Major, título do qual carregava como pseudônimo; amou tanto a sua terra até os últimos dias de sua vida, embora tenha sido declarado traidor ao final da revolução, sendo enviado à prisão na ilha para o seu “Triste Fim”.


Fonte imagem: www.umapergunta.com  

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